Projetos de Pesquisa
2022/Atual – Avaliação de Risco Cardiovascular em Pacientes submetidos à Cirurgia Bariátrica: Foco na Lipoproteína de Alta Densidade (HDL)
As partículas das lipoproteínas de alta densidade (HDL) compõem um grupo heterogêneo de lipoproteínas com características funcionais e metabólicas, sendo estes fundamentais em aspectos como composição, forma, tamanho e carga de superfície das partículas. A fração lipoprotéica conhecida como HDL é constituída por um grupo de partículas cuja densidade varia entre 1,063-1,25g/ml e pode apresentar tamanho entre 7-20 nm de diâmetro. Essa lipoproteína plasmática apresenta um papel crítico no transporte reverso do colesterol e, concomitantemente, está envolvida na redução dos riscos de um indivíduo vir a desenvolver doenças cardiovasculares ateroscleróticas. A avaliação desse risco, geralmente, é avaliada a partir da determinação da concentração de HDL em soro tendo em vista que usualmente considera-se valores acima de 60 mg/dL como ótimos. Contudo, a constatação desse valor não necessariamente indica que o HDL-colesterol consegue cumprir com suas respectivas funções metabólicas. Nesse contexto, o presente projeto visa determinar o tamanho de partícula do HDL em amostras de soro de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica atendidos no Hospital Universitário (HU/UFSC/EBSRH) para verificar a funcionalidade dessas lipoproteínas e, consequentemente, analisar possíveis impactos e correlações entre essas doenças e a lipoproteína de alta densidade. Serão comparados o tamanho da partícula de HDL, o conteúdo de colesterol e o perfil lipídico como um todo, nos períodos pré e pós-operatórios. A medição do tamanho de partícula HDL-colesterol será realizada através de uma técnica de espalhamento de luz laser (LLS) utilizando um analisador do potencial Zeta (Zetasider).
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
2021/2022 – Análise in silico de mutações em genes envolvidos na obesidade
A busca do entendimento fisiopatológico da obesidade tem se centrado, nos últimos anos, na análise das sinalizações de saciedade no hipotálamo, em regiões cerebrais associadas sinalizações hormonais em neurônios orexigênicos e anorexigênicos. Estas sinalizações são complexas e estão frequentemente associadas à regulação do gasto energético e sensação de fome e saciedade em mamíferos. Estudos recentes têm demostrado que algumas proteínas chave nesses processos promovem a exacerbação ou inativação dessas sinalizações, resultados de mutações nos genes que codificam essas proteínas. Neste sentido, a busca por mutações associadas aos fenótipos de obesidade (graus I, II e III, com ou sem comorbidades) pode auxiliar no entendimento das diversas proteínas envolvidas nestes processos.
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
2014/Atual – Formulações de Anfotericina B para uso ocular
A ceratite amebiana é uma infecção ocular grave, que se caracteriza pela perda gradual da visão, chegando, em alguns casos, a provocar cegueira. Estudos recentes demonstram que aproximadamente 83% dos casos de ceratite por amebas do gênero Acanthamoeba ocorrem em usuários de lentes de contato. O uso de lentes de contato na população geral é muito alto e cresce continuamente, bem como o seu uso incorreto. O tratamento da infecção ocular é difícil e de longo prazo. Os fármacos de aplicação tópica são utilizados amplamente, mas são empíricos, baseados no uso de antimicrobianos em numerosas combinações. A maioria deles tem ação sobre os trofozoítos, mas pouco efetivos sobre os cistos das amebas, o que leva a recidiva das infecções na maioria dos casos. Estes cistos, formas resistentes dos trofozoítos, são particularmente resistentes à uma variedade de fármacos. A anfotericina B, um antibiótico poliênico produzido naturalmente pelo actinomiceto Streptomyces nodosus, possui ação antifúngica clássica e amplamente difundida, cujo mecanismo de ação está baseada na ligação com o ergosterol da parede do microorganismo. As formas trofozoítas das amebas do gênero são particularmente sensíveis à anfotericina B, mas a atividade cisticida é reduzida. No contexto de que os trofozoítos do gênero Acanthamoeba possuem parede celular rica em ergosterol, e que os cistos possuem e sua parede poros que acessam as formas trofozoítas, justifica-se o estudo das formulações lipídicas de AB nas amebas do gênero Acanthamoeba. O objetivo deste projeto é avaliar a atividade acantamebiana e cisticida de duas formulações de AB, uma delas disponível comercialmente (Fungison ) e a outra, uma nanopartícula lipídica desenvolvida pelo nosso grupo de pesquisa (AB-N) a fim de contribuir para a busca de novos tratamentos para os casos de ceratite amebiana.
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
2014/Atual – Efeitos do zinco nos processos da adipogênese
Sabe-se que pacientes obesos apresentam concentrações alteradas de vários micronutrientes, sendo um destes micronutrientes, o zinco. Percebe-se ainda que a suplementação melhora a resposta imunológica e aumenta a facilidade na redução de peso. Sabe-se que o zinco tem um papel importante na adipogênese, e que, em pacientes obesos os seus níveis encontram-se alterados. Neste contexto, o objetivo deste é avaliar o efeito do zinco na proliferação (hiperplasia), na diferenciação e na hipertrofia de pré-adipócitos da linhagem 3T3-L1.
Financiamento: Acordo Bilateral Huambo III, Angola- Brasil
2013/Atual – Acompanhamento de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica: aspectos laboratoriais nos períodos pré e pós-operatório
O projeto condiz com a atual necessidade de se estabelecer os mecanismos fisiopatológicos da perda de peso após intervenção cirúrgica em pacientes obesos grau III e pacientes com obesidade mórbida. Considera-se neste projeto, a necessidade de conduta rígida de acompanhamento laboratorial longitudinal de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica e não somente àquelas constantes na Portaria nº424 de 19 de março de 2013, que contempla o acompanhamento clínico e nutricional. Ainda, o projeto prevê o desenvolvimento de uma proposta de acompanhamento laboratorial fortemente acoplada aos conhecimentos farmacêuticos que considera os aspectos (i) de processo saúde-doença após a intervenção cirúrgica; (ii) de acompanhamento laboratorial das comorbidades dos pacientes (e.g. diabetes, hipertensão arterial); (iii) aspectos farmacoeconômicos da conduta laboratorial antes e após a intervenção cirúrgica e (iv) estudo de aplicabilidade da proposta em hospitais de grande porte que realizam cirurgia bariátrica de acordo com a Portaria nº424.
Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC.
2014/Atual – Inflamação e tumores sólidos: estudo in vitro da modulação do microambiente tumoral
A suposta conexão, ou conexões, entre o câncer e a inflamação tem sido recentemente, alvo de muitos estudos, todos tendo o sistema imune como componente essencial desta enfermidade. Estudos recentes demonstram que macrófagos infiltrados em tumores sólidos, os chamados macrófagos associados ao tumor (MAT), promovem a progressão tumoral, invasão e metástase. Os MAT representam um dos principais componentes do infiltrado inflamatório tanto em tumores primários quanto secundários. Nestas situações, os MAT podem apresentar fenótipo similar ao grupo de macrófagos alternativamente ativados, conhecidos como M2, e influenciar os processos de angiogênese, proliferação celular e metástase durante a progressão tumoral. Ainda, tenho sido relatada a associação do fenótipo M2 dos MAT à presença de citocinas liberadas pelo tecido adiposo (adipocinas) e o favorecimento de progressão e metástase no microambiente tumoral. Neste sentido, o projeto prevê a elucidação de mecanismos in vitro de invasão e metástase de células de melanoma e câncer de mama a partir de componentes inflamatórios e adipocinas previamente estabelecidas em diferentes situações de inflamação local e sistêmica.
2012/Atual – Papel das adipocinas na progressão tumoral: estudo in vitro da capacidade invasiva de células de melanoma
Com um maior conhecimento sobre os elementos que formam o sistema imunológico e como eles atuam na preservação do próprio, estudos envolvendo o comportamento do sistema imune nos eventos precoces e tardios da carcinogênese têm se intensificado. As interações entre os componentes da imunidade inata e adquirida e as células tumorais têm despertado interesse na busca de respostas às mais diversas condições patológicas, descritas tanto clinica quanto epidemiologicamente. Uma destas situações é a associação entre a inflamação gerada pela obesidade, resultado da resposta imunológica lipotóxica, e o risco de câncer. Estudos epidemiológicos mostram que a obesidade aumenta o risco de desenvolver certos tipos de câncer e que o excesso de peso é responsável por cerca de 14% de todas as mortes por câncer em indivíduos do sexo masculino e até 20% em indivíduos do sexo feminino. Diante do aumento da prevalência de obesidade em diferentes populações, tem sido documentado um maior risco de desenvolvimento de câncer em pacientes obesos ou com sobrepeso. A suposta conexão, ou conexões, entre o câncer e a obesidade tem sido alvo de muitos estudos, todos tendo o sistema imune como componente essencial destas enfermidades. Estudos recentes demonstram que macrófagos infiltrados em tumores sólidos, os chamados macrófagos associados ao tumor (MAT), promovem a progressão tumoral, invasão e metástase. Apesar dos macrófagos, em diversos tecidos, apresentarem a clássica habilidade de eliminar patógenos de maneira inespecífica, mas eficaz, e regular o posterior remodelamento tecidual, estas células também representam um dos principais componentes do infiltrado inflamatório tanto em tumores primários quanto secundários. Nestas situações, estes fagócitos podem apresentar fenótipo similar ao grupo de macrófagos alternativamente ativados, conhecidos como M2 e influenciar os processos de angiogênese, proliferação celular e metástase durante a progressão tumoral.